2 de ago. de 2013

O NASCIMENTO DE JESUS

Nascimento de Jesus (2, 1-20)

A narrativa do nascimento e da circuncisão de Jesus encontra o seu paralelo na história de João Baptista (1, 57-66). Esta última passagem insiste na circuncisão do Menino porque é aí que se manifesta a intervenção de Deus: o inesperado acordo de Isabel e de Zacarias acerca do nome de João. No caso de Jesus, ao contrário, todo o interesse se concentra no nascimento (2, 1-17), comentado pela mensagem dos anjos (2, 8-17).
A originalidade deste nascimento torna-se presente se compararmos ao nascimento de João Baptista:
à João nasce confortavelmente na casa de Zacarias, enquanto que Maria não tem ninguém que a assista no parto e apenas tem uma manjedoura onde repousar Jesus;
à Os vizinhos e parentes acolhem João com júbilo, enquanto que apenas alguns pastores, pessoas marginalizadas na sociedade de então, vêm visitar o Menino Jesus quando este nasce.
Este simples nascimento contrasta com o cântico triunfal dos anjos, dando glória a Deus e à paz que este Menino pobrezinho vem trazer a todos os homens.

v. 1-2) César Augusto era o imperador romano de 30 a.C. a 14 d.C. O recenseamento a que LUCAS se refere, como abrangendo toda a terra, é um dos que César Augusto decretou em várias províncias do Império. Efectuado quando Quirino era governador da Síria (entre 4 e 1 a.C), este recenseamento da Palestina é colocado por volta do ano 6 d.C, dez anos após a morte de Herodes, o Grande. Trata-se de uma data aproximada, como preocupação em situar historicamente o nascimento de Jesus. Quanto ao estabelecimento da era crista, há um erro estabelecido por Dionísio, o Pequeno (séc. VI). Como os recenseamentos se realizavam de 12 em 12 anos, Jesus terá nascido no primeiro resenceamento, antes da morte de Herodes (4 a.C), por volta do ano 6 a.C.
v. 4) A cidade de David é Jerusalém, mas LUCAS atribui este título a Belém, seguindo o profeta  Miqueias em Mq 5, 1. “Beth-lehem”, que significa “casa do pão”,  situada a sete quilómetros de Jerusalém, foi o berço de nascimento de Booz, Jessé e David. Sendo Jesus da linhagem de David, nasceu na mesma cidade que este, realizando as profecias.
v. 7) “Filho primogénito” refere-se à aplicação da Lei a Jesus recém-nascido, é um título cristológico. Ao contrário de Isabel, Maria está a prestar os cuidados a Jesus sozinha. Sendo oriundo de Belém, José terá voltado para a sua casa paterna, uma casa tradicional da época, com um único compartimento e contígua a uma das covas que servia de estábulo. Não tendo lugar no quarto de hóspedes – “hospedaria” – talvez por estar cheio de familiares todos vindos para o recenseamento, teria ficado no estábulo. A tradição de uma gruta vem do séc. II.
v. 8) Os pastores não eram bem vistos em Israel, por viverem à margem da prática religiosa, “roubarem” pastos e trabalharem com animais impuros. Pertencem à classe dos “pequenos” e “pobres” para os quais nasceu Jesus, pelo que estes vêm adorar este Menino que veio para os salvar. Este acontecimento tem lugar durante a noite, como muitos acontecimentos da salvação. Perante as trevas, Jesus vem trazer a luz que nunca se apaga.
v. 9) “A glória do Senhor” é uma expressão bíblica que designa a manifestação visível de Deus. LUCAS atribui-a a Jesus na Transfiguração e na vinda escatológica.
v. 11) No AT, o título “Salvador” é atribuído a Deus e algumas vezes aos “juízes de Israel”. No NT, apenas LUCAS e JOÃO atribuem este título a Jesus, MATEUS e MARCOS afirmam apenas que Jesus salva os doentes. “Messias Senhor” é o título com que LUCAS indica que Jesus é o Cristo esperado e sugere o carácter divino da Sua realeza.
v. 14) A salvação trazida por Jesus é glorificada pelos poderes celestes. Este é sinal da paz messiânica, cujo termo são os homens amados por Deus.
v. 20) Canta-se a glória de Deus e os louvores de Deus perante as manifestações divinas testemunhadas por todos quantos assistiram ao nascimento de Jesus.

O Universo exulta de alegria: homens e Anjos, todos louvam e glorificam a Deus, pois começou a era jubilosa da salvação, onde todos os homens são chamados a ser felizes porque Deus os ama. E este amor é tão grande que Deus se fez homem e habitou entre nós, trazendo para todos a paz messiânica.



Circuncisão e apresentação de Jesus no templo (2, 21-27)

João Baptista foi anunciado no Templo, durante uma acção litúrgica; Jesus aparece agora no Templo, acolhido pelos profetas, representados por Simeão e Ana, e a este espaço voltará adiante. Aparece como um Menino indefeso, nas mãos dos seus pais, que o apresentam ao Pai, o submetem ao cumprimento da Lei e recebem os oráculos que lhe dizem respeito. A lei que leva os pais a irem ao Templo e o Espírito Santo que se manifesta em Simeão juntam-se para designar o novo Messias no coração da religião de Israel, o Templo.
v. 22-24) A apresentação do Menino no Templo não era requerida pela Lei, apenas a purificação da mãe. A Lei sobre os primogénitos indicava o pagamento de cinco siclos durante o mês após o nascimento (Nm 18, 15-16). As duas rolas ou pombas consistiam no oferecimento pela purificação da mãe (Lv 12).
v. 25-26) Simeão é descrito como justo e piedoso, por estar cheio do Espírito Santo. A consolação de Israel que ele esperava é a salvação que virá por meio de Jesus Cristo. É neste Menino recém-nascido que Simeão reconhece como o Messias do Senhor, “Luz das nações”, como proclama no cântico que dedica ao Senhor. Simeão, prestes a morrer, toma em seus braços toda a sua esperança.

Cântico de Simeão (2, 28-40)

v. 29-32) O cântico de Simeão sobre Jesus corresponde ao cântico de Zacarias sobre o seu filho João. Simeão saúda o Messias e revela aos pais algumas das características da missão de Jesus, que vem trazer a salvação de Deus a todas as nações, realçando o universalismo da vinda de Jesus, “Luz para se revelar às nações”.
v. 34-35) O oráculo de Simeão dirige-se a Maria, apresentando Jesus como sinal de divisão e de contradição, antevendo a rejeição do Messias por uma parte do povo de Israel. Esta rejeição será dolorosa para Maria, um preço a pagar pela missão de Jesus. Jesus vem trazer a salvação para todos, mas esta deverá ser acolhida livremente, podendo ser recusada. É uma chamamento pela fé que nem todos manifestarão. Esta divisão que Jesus vem trazer em Israel dará origem a uma nova Israel, da qual Maria será a mãe, pois esta vai superar a prova do sofrimento de ver o seu Filho morrer na cruz. Por isso, Maria estará no coração da Igreja nascente.
v. 36-38) Ana é apresentada como uma israelita exemplar que não se afastava do Templo. Esta mulher, com uma enorme espiritualidade e pureza interior, consegue reconhecer naquele Menino pequenino a salvação do povo de Deus, a redenção esperada de Israel.
v. 39-40) Jesus crescia como consequência da sua Encarnação. Existe um paralelo a Lc 1, 80 sobre o crescimento de João Baptista. A sabedoria e a graça de Deus são atributos de Jesus que vêm do contacto com o Pai e da Sua benevolência divina. João e Jesus crescem com a força do Espírito, e Deus-Pai vai enchendo com a Sua sabedoria e graça o seu Filho muito amado.

Jesus entre os doutores (2, 41-52)

No coração de Israel, o Templo, Jesus encontrava-se entre os doutores da Lei e todos se admiravam pela Sua inteligência, dom do Seu Pai que reconhece e ama, já na sua juventude.
v. 41) A Lei prescrevia que os judeus deviam fazer três peregrinações por ano a Jerusalém, na Páscoa, no Pentecostes e na festa dos Tabernáculos. Estas peregrinações acabaram por ser generalizadas a apenas uma vez por ano. As mulheres e as crianças menores de 13 anos estavam dispensadas; no entanto, os pais poderiam levar as crianças, desde que pudessem manter-se “aos ombros”, ou seja, perto de si.
v. 46-49) Os doutores da Lei ensinavam no pátio do Templo, recorrendo ao diálogo. Jesus estabelece um diálogo com os doutores da Lei aos 12 anos, idade em que qualquer adolescente ficava a ser adulto na Lei. Tal como o profeta Samuel (1 Sam 2, 26; 3, 19-20), Jesus é apresentado no Templo e também elogiado pela sua inteligência. Tal como Samuel se entregava ao serviço do Templo, também Jesus afirma os laços de dependência com o Pai (“não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?”).

v. 49-51) “Meu Pai” aparece como primeira e última expressão de Jesus em LUCAS (23, 46; 24, 49). A filiação divina de Jesus é um mistério, por isso, incompreendido pelos pais, o que requer a meditação de Maria relativamente a todos os acontecimentos, procurando uma maior compreensão. Jesus mantém a submissão como filho obediente a seus pais, não esquecendo nunca a sua verdadeira condição divina e, simultaneamente, humana.


1 de ago. de 2013

ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JESUS E NASCIMENTO DE JOÃO BAPTISTA

Anúncio do nascimento de Jesus (1, 26-38)

Esta narrativa apresenta-nos uma revelação a Maria que diz respeito ao mistério de Jesus e, secundariamente, à vocação de Maria ao serviço deste mistério.
O texto segue a estrutura de cenas do AT (e.g. Jz 13; Gn 16, 17; Ex 3, 12) dos anúncios ligados a um chamamento ou vocação:
- aparição de um Anjo;
- anúncio de um filho providencial;
- vocação (“O Senhor está contigo”);
- oráculos messiânicos.

O texto começa localizando a cena no tempo e no espaço, Nazaré da Galileia:
v.26) A indicação “sexto mês” é feita a partir da concepção de João Baptista.
v.27) LUCAS realça a virgindade de Maria. Embora casada com José, Maria ainda não viveria em comum com José, pois era tradição haver um espaço de tempo após o casamento para a esposa ser introduzida na casa do esposo. Ela estaria, assim, no estado de pureza que permite acolher o Senhor no seu seio.
v.28) A saudação “salve” alude às saudações à “filha de Sião” encontradas em algumas passagens do AT (e.g. Zc 2, 14). A saudação do anjo é um convite à alegria messiânica. Maria é “cheia de graça”, pois é escolhida e amada por Deus, é sua predilecta, pelo que recebe a Sua graça. “O Senhor está contigo” é uma expressão presente frequentemente nas narrações de vocação (e.g. Ex 3, 12). “Bendita és tu entre as mulheres” pensa-se ter sido inserida posteriormente por influência das palavras de Isabel no v. 42.
v. 29) A perturbação de Maria, antes de uma reacção de medo, é uma atitude de reflexão sobre o mistério da mensagem que lhe foi dada e a sua interrogação interior sobre o sentido da vocação a que está a ser chamada.
v. 31-33) Embora haja semelhanças entre o anúncio do nascimento de Jesus e o anúncio do nascimento de João, o anúncio de Jesus está em estreita ligação com os oráculos proféticos (ver 2 Sam 7, 14.16 e Is 7, 14; 9,6), em que este é designado como o Messias, o Filho de Deus, da filiação divina, concebido por uma virgem.
v. 34) A pergunta de Maria não manifesta a incredulidade da de Zacarias, mas antes, a procura de esclarecimento e como introdução a uma revelação mais completa do mistério de Jesus que vai seguir-se. Enquanto Zacarias procurava um “saber” novo, para além do saber trazido por Deus, Maria pergunta apenas como se pode realizar o anúncio messiânico, visto ela ser virgem, referindo-se ao poder de Deus e como é possível tal maravilha.
v. 35) O Espírito Santo, que actua na criação e no ministério dos profetas, é o que intervém na investidura do Messias. “Estender a sombra” significa a presença eficaz de Deus no meio do Seu povo. Recorda a nuvem divina que manifestava a presença do Senhor sobre o tabernáculo do deserto. “Santo” é um dos atributos mais antigos que exprime a divindade de Jesus, significa a pertença total e exclusiva a Deus. A concepção virginal significa a união insondável de Jesus com Deus, seu Pai. “Filho de Deus” é uma designação do Messias e exprime a relação misteriosa que une Jesus a Deus – esta expressão sai apenas de Deus, de Jesus ou dos anjos em LUCAS. Este título aprofunda o de “Filho do Altíssimo”.
v. 38) “Serva” exprime uma atitude de fé e de amor, de posse incondicional por parte do Senhor. Maria conforma-se totalmente com o misterioso desígnio de Deus a seu respeito. “Servo de Deus” é um título de glória, não de humildade.

Podemos rever em Maria a perfeição do discípulo que ama o Senhor, que O serve incondicionalmente, e que na sua entrega total e com uma pureza interior plena, O acolhe em Seu coração, “dando à luz” os frutos deste Amor incondicional. Este Amor traduz-se no anúncio pleno e eficaz do Evangelho na sua vida e na de todos com quem se encontra diariamente.



Visita de Maria a Isabel (1, 39-45)

A visita de Maria serve de ponte entre os dois relatos da anunciação. O Anjo tinha dado um sinal a Maria e o desenvolvimento do relato requeria que esta fosse reconhecer o sinal de Deus, pelo que se dirige com pressa, sinal da sua fé e inteira disponibilidade perante a vontade de Deus.
v. 39) A cidade de Judá ou Judeia é identificada pela tradição como sendo Ain-Karim, a 6 km para oeste de Jerusalém.
v. 41) O encontro das duas mães é o encontro dos dois filhos. As duas servem uma missão que envolve os dois filhos. João “salta de alegria” no seio da sua mãe, pois começa o tempo da alegria messiânica. É o primeiro encontro de João com o Messias do qual será precursor e que define toda a razão da sua existência.
v. 42) João inaugura a sua missão profética pela boca da sua mãe, que ficara “cheia do Espírito Santo”. Uma saudação tem sempre a finalidade de desejar felicidade e a bênção divina: Isabel saúda Maria como a “mãe do meu Senhor”, reconhecendo o mistério de Maria e a presença do Senhor nela por obra do Espírito Santo.
v. 43) “Senhor” é um dos títulos que LUCAS atribui a Jesus desde o início da Sua vida terrestre, designando-o antecipadamente como o filho de Deus ressuscitado.
v.45) Ao contrário de Zacarias, Maria acreditou na palavra de Deus: é desta Fé total que lhe vem a felicidade e o cumprimento de toda a Palavra que o Senhor lhe anunciara.


Cântico de Maria (1, 46-56)

A primeira manifestação de João é seguida do Magnificat, e a primeira manifestação de Jesus no templo será acompanhada do Nunc Dimittis. Da mesma forma, o nascimento de João é seguido do Benedictus e o nascimento de Jesus do Glória dos Anjos. Estes hinos e cânticos são louvores perante a alegria messiânica do plano salvador de Deus para o Seu povo que se começa a revelar.
v. 46) O cântico de Maria – Magnificat – inspira-se sobretudo no cântico de Ana, em 1 Sm 2, 1-10, sendo um cântico de acção de graças. Com substrato nos salmos e nos profetas, este hino canta a gratidão e a exultação da mãe de Jesus e de todo o povo pelo cumprimento das promessas. Existem dois temas: a justiça de Deus, que socorre os pobres e pequeninos, e a Sua fidelidade e misericórdia ao povo das promessas. Talvez por isso este cântico Evangélico seja recitado nas Vésperas (Liturgia das Horas), recordando-nos sempre que Deus é justo, fiel e misericordioso para quem n’Ele acredita e que nada temos a temer ao cair do dia.
v. 54) Por isso, o AT (Israel) afirma que Deus “se lembra” porque é fiel às suas promessas e as executa infalivelmente.
v. 56) Maria ficou três meses com Isabel, isto é, até ao nascimento de João Baptista. A partida de Maria marca a conclusão da narração antes da passagem a outra. O Evangelho marca a distinção das cenas e acentua a separação do tempo de João do tempo de Jesus.


Nascimento e circuncisão de João Baptista (1, 57-66)

v. 60) Embora no AT o nome seja dado ao nascimento, segundo um costume judaico mais recente, era atribuído na altura da circuncisão. O nome foi atribuído pela mãe, algo que não era aceite na altura, pertencendo ao pai e seguindo a tradição.
v. 62-63) Além de mudo, Zacarias também ficou surdo, pelo que tinham de comunicar com ele por sinais.
v. 64-65) O acordo de Zacarias e de Isabel quanto ao nome de João, surge naquele momento, sem acordo prévio, o que é percebido como um sinal de Deus, provocando admiração e temor. O nome de João é um desígnio divino, o que leva os presentes a questionarem-se sobre quem será esta criança. Ao escrever o nome “João”, Zacarias afirma a sua fé e a sua boca abre-se.
v. 66) “Memória” pode significar “coração”, a sede de toda a vida íntima do ser humano: pensamento, recordação, sentimento, decisão. “A mão do Senhor estava com ele” significa que João é objecto da benevolência divina e inspira-se no AT, onde exprime a protecção de Deus sobre os seus fiéis e a sua acção sobre os profetas.


Cântico de Zacarias (1, 67-80)

v. 67) O cântico de Zacarias – Benedictus – é análogo ao cântico de Maria, sendo também uma acção de graças pela salvação messiânica e uma visão profética da missão de João Baptista. Aparece como paralelo aos oráculos de Simeão e de Ana sobre a missão de Jesus (2, 29-32). Este cântico Evangélico é cantado habitualmente nas Laudes (Liturgia das Horas), onde bendizemos e damos graças ao Senhor pela vida que nos dá e pelo Seu projecto de Salvação para todos nós.
O Benedictus é composto por duas longas frases de origem grega:
v.69-75 à Acção salvadora de Deus e Sua fidelidade e misericórdia para com Seu povo;
v.76-79 à Missão de João Baptista e anúncio messiânico.

v. 68) “Deus de Israel” é uma fórmula tradicional de bênção no AT. LUCAS é o único a utilizar a imagem da visita de Deus, que representa no AT uma intervenção favorável da benevolência divina ou com o sentido de castigo, mas aqui é uma visita portadora de salvação. O termo “redenção” significa no AT a salvação, a libertação do povo de Deus, mediante um resgate.
v. 69) “Salvador poderoso”, é a força de salvação suscitada por Deus na casa de David. É uma ideia messiânica que ocorre com frequência no AT, onde se anuncia o “Forte”, que será o libertador, o salvador.
v. 70-71) A salvação que é oferecida pela vinda do  Messias realiza a profecia do AT.
v. 72-75) Liga-se à ideia da visita ou da salvação (v. 68-69). Exprime a misericórdia de Deus e o cumprimento da aliança feita com Abraão. Livres dos inimigos, poderemos servir a Deus na santidade e na fidelidade. A salvação é o cumprimento da aliança.
v. 76-77) Referência à missão de João, o profeta que vem para preparar os caminhos do Senhor. João vem oferecer “o conhecimento da salvação”, de como Deus salvará o Seu povo pelo perdão dos pecados.
v. 78) “Sol nascente”, o surgir de um Astro, que na bíblia foi tomado como um título de Messias, que traria a luz (Ml 3, 20), o termo significa também “Rebento” que surge do tronco de David.
v. 79) A luz messiânica vem libertar-nos das trevas e conduzir-nos pelo caminho da paz. A paz é o dom messiânico por excelência.

v. 80) LUCAS encerra a narração sobre João Baptista, antecipando em resumo alguns dados da sua vida futura, anunciando a actividade do Baptista, o Precursor que nos dá a conhecer o caminho que nos pode conduz para fora do deserto do pecado em que nos deixamos ficar, que nos ajuda a ver e seguir a luz do Messias que nos traz a alegria da salvação de Deus Pai.