27 de mar. de 2012

II. Ministério na Galileia - Mc 3

Mc 3, 7-12: Jesus e a multidão junto do lago
Resume a actividade de Jesus após as hostilidades com os seus adversários.

vv. 7-8: Mostra que nada pode travar o anúncio da Boa-Nova ao povo de Deus e aos pagãos. Por isso, aflui uma multidão vinda de toda a parte.

vv. 11-12: Jesus, Filho de Deus, é reconhecido até pelos demónios, que Jesus proíbe de falar, para manter o segredo messiânico.

Esta passagem dá uma panorâmica sobre as relações de Jesus:

- com a multidão: vem de toda a parte, demonstra a expansão da Salvação, e que nada detém a Boa-Nova de se espalhar;

- com os discípulos: estão sempre com Jesus, acompanham-n’O no barco.

Junto com a passagem seguinte – o chamamento dos Apóstolos – esta parte constitui uma mudança de cena.



Mc 3, 13-19: Escolha dos Doze

Juntamente com a passagem anterior, faz a transição para uma segunda etapa do Evangelho, que decorre da instituição dos Doze até ao seu envio.

Faz o contraste entre Jesus e os discípulos – no monte – e a multidão – no lago, ilustrando as diferenças entre a natureza da relação.

vv. 13: Jesus e os discípulos estão no monte, que mais elevado, sublinha uma relação de maior intimidade; os Doze são constituídos para estarem com Jesus e fazerem o que Ele faz, por isso, o contraste com a multidão - o lugar do monte evoca a aparição de Deus, está ligado com intimidade e oração.

vv. 14: O número “Doze” está ligado ao número das doze tribos de Israel – os Doze Apóstolos serão os doze chefes da nova Israel; esta designação é única em Mc para o colégio apostólico.

vv. 16-19: Os Doze são:

- Simão, chamado Pedro ou Cefas, que significa “pedra” – a mudança de nome assinala uma missão especial;

- Tiago e João, filhos de Zebedeu, Boanerges ou “filhos do trovão”, que significa serem temperamentais;

- André e Filipe;

- Bartolomeu (ou Natanael), que Filipe conduziu ao Senhor (Jo 1, 45-51);

- Mateus e Tomé;

- Tiago, filho de Alfeu;

- Tadeu e Simão, o Cananeu;

- Judas Iscariotes, que será aquele que entregará Jesus.



Mc 3, 20-21: Receios dos familiares de Jesus

Este texto faz parte do conjunto de três passagens (Mc 3, 20-35), em que Jesus é caluniado como “possesso” pelos doutores da Lei e “louco” pelos familiares. Marca uma oposição entre quem reconhece Jesus e segue-o e quem não O reconhece e não O segue.

Os familiares não reconhecem Jesus como enviado de Deus não acreditam n’Ele, em contraste com Maria e os Apóstolos (Mc 3, 31-35 e Act 1, 13-14). A expressão utilizada “para ter mão nele”, mostra esta incompreensão, pois significa trazer Jesus para o seio da tribo: este era o projecto dos familia, pois Jesus estava a ter um comportamento que não era aceite, nem compreendido, nem apoiado pela família.



Mc 3, 22-30: Jesus e Belzebu

 Os doutores da lei atribuem ao demónio a obra do Espírito Santo. Pecam, pois fecham-se à luz do Espírito Santo, negam-se à comunhão com Cristo, prescindem do perdão de Deus, não reconhecem a autoridade de Cristo. Com esta atitude, estão a renunciar à salvação.



Mc 3, 31-35: A família de Jesus

Último texto do conjunto de três passagens sobre a oposição entre a multidão (e os discípulos nela inseridos), que escutam a Palavra de Deus e reconhecem em Jesus a Sabedoria do Pai, e os familiares, que O procuram deter.

vv. 34-35: A fé em Cristo introduz-nos na família de Deus. Escutar e fazer a vontade de Deus faz-nos parte integrante do Seu Projecto, logo da Sua família.

Maria, em especial, é duplamente honrada porque:

- é Sua família por ser Sua mãe, trouxe-O no ventre;

- é Sua família porque O escuta e faz a Sua vontade, logo traz Jesus no seu coração.


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